segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Crianças inadotáveis


 Texto em homenagem ao dia do órfão (24/12)

"Aristéia Rau, presidente do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis – Monaci, conta que, em agosto de 2010, entrava, com seu marido, Alberto Rau, na fila de espera de adoção. O casal, que já tinha dois filhos biológicos, planejava adotar mais duas crianças. “Estávamos concluindo nosso processo de habilitação e recebemos um questionário sobre o perfil da criança que nós queríamos adotar. Nessa lista de perguntas, havia uma sobre se nós adotaríamos uma criança com HIV”, lembra Rau, que até então não sabia que havia crianças portadoras do vírus para adoção. 
Em Curitiba, cidade em que vive a família Rau, duas instituições abrigam crianças soropositivas, a Associação Paranaense Alegria de Viver – APAV e a Associação Curitibana dos Órfãos da Aids – ACOA. . “Quando fomos à ACOA, pretendendo adotar duas crianças, nos apaixonamos por quatro meninas”, diz Rau. Mesmo conhecendo todos os trâmites legais – Aristéia é assessora de um desembargador e seu marido, Alberto, é advogado –, o casal teve dificuldade para lidar com o processo de adoção das meninas. “Fomos habilitados com grande dificuldade, o prazo, que seria de 60 dias, durou quatro meses. Nem o pedido de guarda que fizemos reiteradas vezes foi analisado. Meu marido fez uma manifestação pública em frente ao fórum para chamar a atenção para o descaso do poder judiciário e isso foi a gota d’água. O judiciário não permitiu que as meninas ficassem conosco no mês de janeiro e, quando retornamos de férias, eles nos impediram de visitá-las. Diante dessa situação, criamos um blog para começar a pressionar o judiciário e mostrar a situação dessas crianças, que, na nossa concepção, tornam-se inadotáveis, pois lhes é negado o direito de serem adotadas”, conta. 
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, toda criança ou adolescente tem direito à convivência familiar e, no caso de inserção em programa de acolhimento, deve ser dada prioridade à reintegração da criança à família de origem. A legislação prevê, ainda, a permanência da criança ou do adolescente por não mais do que dois anos na instituição de acolhimento, salvo casos especiais devidamente fundamentados pela autoridade judicial. Por esse motivo, para Rau, a lei está sendo descumprida, uma vez que há inúmeros casos de crianças que acabam passando toda sua infância e adolescência em abrigos. “As crianças portadoras de HIV entram na instituição muitas vezes com meses de vida e chegam a ficar lá por anos, como as minhas filhas, a mais velha já está com 15 anos na instituição”, conta. “Nós estamos criando na sociedade brasileira crianças que, por crescerem dentro de abrigos, terão problemas futuramente, terão dificuldade de se inserir na sociedade”, afirma a presidente do Monaci. 
A frustração de não poder ter junto de si crianças com quem a família já criara vínculos afetivos foi o que deu origem ao movimento. “Nós transformamos a nossa dor nessa bandeira, no Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis. Inadotáveis por serem portadoras de HIV, por serem negras, por terem idade avançada. E o judiciário coloca a culpa da ineficácia dos processos de adoção no perfil dos casais. Mas eu pergunto, qual a conscientização que fazemos da sociedade?”, explicou. “Eles dizem que os casais querem sempre um determinado perfil, querem adotar apenas bebês. Existem muitos bebês nas instituições de abrigamento, mas eles envelhecem”, alertou Rau sobre como é nociva a morosidade do judiciário nos casos de adoção.
 O Monaci foi criado como um movimento social para reunir a sociedade e instituições que trabalhem com a questão da infância. O movimento ministra palestras em escolas e universidades, participa de debates e busca cobrar do judiciário a aplicação efetiva da lei e a proteção dessas crianças que, segundo Rau, passam para a tutela do Estado e são esquecidas dentro do sistema. “Essas situações especiais tem que ser vistas de forma prioritária. Se o casal está habilitado, qual o problema de querer adotar uma criança portadora de HIV? Por que os casais se habilitam e não conseguem adotar no Brasil? Por que o ECA prevê que a criança preparada para adoção e os casais habilitados devem se encontrar e ninguém promove esses encontros?”, questiona. 
Em 2010, 1300 crianças encontravam-se em abrigos em Curitiba e 600 casais estavam na fila de adoção. No mesmo ano, apenas 42 processos de adoção foram concluídos. “Nós temos inúmeros casais que saem da fila de adoção, porque ficam de cinco a dez anos na espera”, revela Rau. Segundo a presidente do Monaci, vários motivos são dados para a adoção não sair. “É porque você é ansioso, é porque você quer adotar por caridade, é porque o seu filho morreu, é porque você é muito velho, são vários motivos para as adoções não saírem, em prejuízo do interesse da criança”, afirmou. 
A dificuldade para adotar uma criança tem feito com que muitos casais desistam da espera. Em um caso contado pela presidente do Monaci, um casal paranaense que vive em Manaus se apresentou para a adoção de um bebê portador de HIV, mas, após longas idas e vindas entre as duas cidades, não teve sucesso. Segundo Rau, a própria presidente de uma instituição de acolhimento teve de lutar por dois anos no judiciário para adotar seu filho, hoje com 14 anos, portador de HIV. 
Bernardo Vianna / VIA Blog"
Texto originalmente publicado em Viablog na data de 4 de dezembro de 2012.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A eterna espera de uma família



Além do preconceito, crianças e adolescentes com HIV/Aids precisam superar demora da Justiça para terem chance de adoção

  No dia 1º de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Desde o início da epidemia no Brasil, em 1980, até junho de 2011, o país registrou 608.230 casos de infecção pelo vírus HIV, de acordo com o Boletim Epidemiológico de 2011, Ministério da Saúde. Só no ano passado, foram registrados 7.762 novos casos no Brasil, 2.491 destes na Região Sul. Do total da região, 87 foram notificados em crianças e adolescentes de zero a 19 anos.
  Quando surgiu, a doença era vista como uma sentença de morte. Mas, com os avanços e a universalização do tratamento da doença e o desenvolvimento de novos medicamentos que controlam a sua evolução, os soropositivos passaram a ter uma expectativa de vida aproximada da média dos que não possuem o vírus. Entretanto, a enorme desinformação da população a respeito do tema faz com que o preconceito contra as pessoas que vivem com aids seja, ainda hoje em dia, muito grande.
  Para marcar a data e sua luta em defesa das crianças e adolescentes soropositivos que vivem em situação de acolhimento institucional, o Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) lançou nesta terça-feira (27), em Curitiba, um protesto para mostrar à população a real situação desses meninos e meninas.
  O MONACI nasceu após um casal de Curitiba ver de perto a burocracia que cerca os processos de adoção no país. De acordo com a presidente do movimento, Aristéia Rau, o trâmite das ações necessárias para que uma criança seja incluída no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e esteja disponível para ser recebida por uma nova família é muito lento. Essa morosidade é ainda maior, segundo Rau, quando as crianças pertencem ao grupo dos “inadotáveis” (como são chamadas os meninos meninas que estão fora do perfil mais procurado para adoção - crianças com menos de três anos de idades, brancas e saudáveis), especialmente as com sorologia positiva.
  Em agosto 2010, Aristéria e o marido, Alberto Rau, iniciaram o processo para tentaram adotar quatro meninas soropositivas em Curitiba. Apesar de já terem conseguido o direto de visita às crianças, que passavam os finais de semana na casa do casal, em dezembro daquele ano, sem nenhuma justificativa, segundo Aristéia, a Justiça não concedeu a guarda provisória das meninas ao casal. Logo após, os dois receberam a notícia de que a autorização para visitar as meninas havia sido revogada. Inconformados, o casal começou a pressionar o Poder Judiciário em busca de uma explicação para a recusa, mas não obtiveram resposta. Em março de 2011, fundaram, então, o MONACI, que colocou em evidência a situação de descaso do Poder Judiciário em relação as crianças que vivem em instituições de acolhimento, em especial às com HIV. Hoje, após um ano sem ver as meninas, o casal conseguiu recentemente a guarda definitiva de dois irmãos do Rio de Janeiro, mas ainda não desistiram das quatro garotas por quem se apaixonaram e, pelo que sabem, ainda vivem na mesma instituição de acolhimento.
  Segundo Aristéia, o discurso do judiciário é de que as adoções devem ser feitas com cuidado. Mas, para ela, após a apresentação de toda documentação necessária, o processo deveria ser mais rápida. “As adoções são lentas, o Estatuto da Criança e do Adolescente não é comprido e, as crianças negras, mais velhas, portadoras de necessidades especiais e com HIV demoram ainda mais para entrar na fila do CNA”, diz. Para ela, a Justiça supõe que essas crianças não vão ser adotadas e então não se preocupa em dar andamento a seus processos de destituição familiar, e, por isso, essas crianças ficam abrigadas por até 10 anos e são praticamente invisíveis dentro do sistema.
  Para ela, adoções de crianças fora do perfil padrão de procura deveriam ser aceleradas. “Todas as vezes que uma pessoa se interessar por uma dessas crianças a Justiça deveria das celeridade a esses processos e não pressupor que essas pessoas sejam lunáticas”, diz.
De acordo com dados do CNA, em 2011, o Paraná era o segundo estado com mais pretendentes para adoção no Brasil. Só em Curitiba haviam 600 casais habilitados para adotar e 153 crianças e adolescentes disponíveis para adoção.
  Entretanto, o MONACI questiona a veracidade desses números, uma vez que, de acordo com a presidente da instituição, Aristéia Rau, muitos abrigados, especialmente os que possuem o vírus HIV, não são inscritos no CNA.
Segundo ela, há um descaso do Poder Judiciário em relação a essas crianças, que ficam por anos em abrigos sem que os processos para destituição do poder familiar ou para a reintegração desses jovens nas famílias de origem sejam concluídos. Dessa forma, essas crianças acabam ficando esquecidas nesses abrigos e são impedidas de exercerem plenamente o direito a convivência familiar.
  “Esses números não são reais, pois só apontam as crianças que estão em processo regular de adoção. Há uma grande demora na destituição do poder familiar e, muitas vezes, ela não ocorre, pois esses processos envolvendo crianças com HIV dormitam nos gabinetes dos juízes. As crianças soropositivas, que chegam muitas vezes bebês nas instituições, só entram na fila de adoção com 10, 15 anos, quando suas chances de serem adotadas caem ainda mais”, explicar Rau.
  A fragilidade dos dados do CNA é facilmente averiguada quando observamos a diferença entre os números oficiais de crianças com HIV disponíveis para adoção em Curitiba e o número de crianças que vivem nas duas instituições de acolhimento institucional que abrigam crianças com HIV na cidade: a Associação Paranaense Alegria de Viver (APAV) e a Associação Curitibana dos Órfãos da Aids (ACOA). A primeira abriga hoje 15 crianças com sorologia positiva e a segunda, 10. Entretanto, de acordo com Maria Rita Teixeira, presidente da APAV, para o Conselho Nacional de Justiça, existem apenas 13 crianças e adolescentes com Aids disponíveis para adoção no Paraná.
Para ela, não basta que a Justiça simplesmente encaminhe as crianças em situação de risco para as instituições e depois “lave as mãos”. É preciso ver o que se pode fazer por esses meninos e meninas, que não pode devem envelhecer em uma instituição sem ao menos terem chance de serem adotados.
  “Não podemos perder tempo. Se existem famílias que estão abertas para receber filhos, por que dificultar tanto? Existem casais que ficam nove, 10, 11 anos em filas de adoção. E por outro lado, temos crianças que vivem em abrigos sem terem a destituição familiar decretada pelo mesmo período. Mas, uma família que não visita a criança por oito anos, tem interesses em receber essa criança novamente? Em minha opinião, não”, desabafa Maria Rita.

Outro lado

  De acordo com o promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente do Paraná, Murillo Digiácomo, não existediferença entre os trâmites para adoção de crianças com ou sem HIV. A única preocupação da Justiça é orientar os pretendentes a adoção de que se trata de uma criança que necessita de cuidados especiais. “É preciso informar aos futuros pais sobre a condição da criança, para que eles tomem os cuidados necessários para que seu filho não seja segregado na família ou na escola, para que eles continuem o tratamento sem tratar aquela criança como um ser doente, até porque hoje a Aids é uma doença controlável e a expectativa de vida desses meninos e meninas é praticamente igual aos do que não possuem essa condição”, diz o promotor.
  Sobre a suposta demora na inclusão dessas crianças no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), Digiácomo explica que a Justiça prima pela convivência familiar da criança e, por isso, o acolhimento institucional é evitado o quanto possível. Assim, é preciso, antes de encaminhar uma criança para adoção, verificar se realmente não existe condição de reintegrá-la a família, sendo a destituição do poder familiar a última alternativa.
  Para a juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Curitiba, Lídia Munhoz Mattos Guedes, a conta do número de casais aptos à adoção e o número de crianças disponíveis para adoção não fecha devido ao perfil muito restrito que os adultos buscam. “Existe um estudo amplamente divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça que demonstra que o que ocorre é que as crianças disponíveis para adoção estão fora do perfil procurado. É muito raro pessoas se habilitarem para adotar crianças com HIV ou com qualquer outro tipo de doença”, diz a juíza.
  Para solucionar esse problema, tanto a juíza quanto o promotor reconhecem que é necessário que o próprio Poder Judiciário incentive a adoção de crianças fora do perfil mais procurado para adoção. “A dificuldade para adoção não está na lei, está no perfil que os adultos procuram, mas isso é mutável. Existem movimentos tentando mudar essa visão, estimulando a adoção de grupos de irmão, crianças mais velhas, com alguma doença. Esses grupos tentam conscientizar as pessoas de que não apenas aquelas crianças que eles idealizaram poderão preencher plenamente a vontade de ser pai de quem se propõe a adotar, muito pelo contrário”, explica Digiácomo.

Disponível em: Infância na Mídia 
Acessado em 04 dez. 2012.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

NA SEMANA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS, AÇÃO MOSTRA REALIDADE DAS CRIANÇAS COM HIV ABANDONADAS

Manifestação realizada pelo Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) busca orientar adotantes e conscientizar a população para a realidade das crianças abrigadas
Na semana em que o Brasil comemora o Dia Mundial do Combate à AIDS (01.12), o Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) lança um protesto contra a situação das crianças e dos adolescentes abandonados em Curitiba – e em especial aos abrigados soropositivos. Uma manifestação será realizada na Boca Maldita, às 15h desta terça-feira (27).
O Paraná é o segundo estado com mais pretendentes para adoção no Brasil, de acordo com o Cadastro de Adoções do Conselho Nacional de Justiça, de 2011. Só em Curitiba são 600 casais inscritos no cadastro de adoção para 153 crianças registradas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA).  Em protesto a situação das crianças e dos adolescentes abandonados em Curitiba - e em especial aos abrigados soropositivos.
Na manifestação, a presidente do Monaci, Aristéia Rau, irá explicar para a população porque os números são maiores que os apresentados na pesquisa. De acordo com Aristéia, muitos abrigados que possuem o vírus do HIV, ou são negros ou estão na adolescência não são inscritos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Esses jovens são classificados como “inadotáveis”.
Por meio de banners espalhados pela Boca Maldita e folders que serão entregues à população, o MONACI irá alertar sobre a situação dos “inadotáveis” e apresentar o trabalho do movimento em prol dessa minoria. O objetivo é orientar pais que querem adotar e mostrar uma realidade além das pesquisas divulgadas, conscientizando a população para o drama enfrentado por milhares de crianças diariamente.
MONACI
O Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) luta pelos direitos dos jovens abrigados no Brasil. O MONACI realiza encontros, reuniões e audiências com autoridades da Justiça para que os menores abandonados possam viver em uma família.
A ação mais recente do movimento foi em agosto, quando Aristéia Rau enviou um questionário ao Tribunal de Justiça (TJ), por meio da lei de Acesso à Informação. O TJ ainda não respondeu os questionamentos sobre a situação atual das crianças abrigadas em Curitiba.
Manifestação pelas crianças “inadotáveis
Data: terça-feira (27.11)
Local: Boca Maldita
Endereço: Avenida Luiz Xavier, s/nº - Centro – Curitiba
Horário: 15h às 18h30
Contato: presidente do Monaci, Aristéia Rau
Celular: 9235-6437




terça-feira, 20 de novembro de 2012

Família comemora a chegada das certidões de nascimento de dois novos filhos


As certidões de Nascimento dos irmãos, Mateus, 15, e Daniele, 11 -  os mais recentes filhos do casal Aristéia e Alberto Rau, chegaram no dia 09 de novembro e foram comemorados com festa no último domingo (11). Eles foram adotados pela família e hoje se juntam aos dois irmãos Lucas (19) e André (14), filhos biológicos do casal.

A família comemora a realização de um sonho. Dar oportunidade a crianças que sem o apoio social, nem público, enfrentariam barreiras intransponíveis para o seu desenvolvimento. "Tentamos antes, adotar outras crianças. Elas são portadoras de HIV,acredito que por isso, não são vistas como prioridade. Os trâmites para adoção, a documentação destas crianças não ficam prontas e elas não entram na fila de adoção", conta Aristéia, que após não obter resposta do judiciário local, atendeu um chamado do judiciário do Rio de Janeiro, para adotar o casal de irmãos.

A dificuldade com a primeira tentativa, através da qual o casal conheceu a realidade das crianças abrigadas, no Brasil, resultou na criação do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis -Monaci. "Ficamos muito sensibilizados com o descaso da justiça, especialmente para com as crianças portadoras de HIV/Aids. Estamos lutando, por meio de mecanismos legais e apoios políticos e da sociedade, para ajudar na superação desse problema que é sim de todos nós", afirma Alberto Rau.

"Estou feliz, aprendendo a viver de um jeito melhor e com a minha família nova", declara Mateus. Já Daniele, mais tímida, diz que está aprendendo muito, que já tem amigas em Curitiba, gosta da escola e que sua família é tudo para ela.

De acordo com Aristéia, a mobilização que a família Rau ainda faz, mostrando o entrosamento familiar, assim como convidando a imprensa e não tendo receio de contar sua história, tem o propósito de desmistificar a questão da adoção. "Deixo claro que abrimos nossa casa e intimidade com o objetivo de dizer que a adoção é um gesto maravilhoso, sem qualquer desejo de promoção pessoal ou qualquer coisa semelhante. Nosso objetivo é de mostrar que as adoções precisam sair com mais rapidez, atendendo o interesse da criança ou jovem. Que dá trabalho sim, pois não se faz nada importante, sem desafios. Mas que vale a pena, e que com amor tudo se ajusta na família".

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

MONACI convida

Com o objetivo de comemorar a filiação definitiva de seus dois novos filhos, Mateus (15) e Daniele (11), que se juntam aos seus dois filhos biológicos, Lucas (19) e André (14), o casal Moraes Rau (Alberto e Aristéia), fundadores do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis – Monaci, convidam jornalistas e pessoas engajadas na causa da adoção, para uma confraternização em sua residência.
A Família comemora o recebimento das certidões de nascimento dos dois novos filhos, após um período de muita luta pela celeridade nos processos de adoção, no Brasil, por meio da criação do Blog www.monaci.com.br, mobilizações e reportagens na imprensa, relatando e denunciando, inclusive a situação das crianças portadora de HIV/AIDS, que abrigadas em dois locais específicos, em Curitiba, não vinham tendo seus processos de destituição familiar atendidos, culminando em casos que atingiram a maior idade, sem solução.
O Blog possibilitou o acesso de outras famílias de todo o Brasil que também vinham enfrentando a mesma dificuldade em adotar crianças, cujo trâmite da documentação de destituição permanecia estagnado junto aos órgãos do poder judiciário.
Nossa luta vem ajudando a acelerar alguns processos de adoção. Hoje já colhemos alguns frutos, ao sabermos que algumas adoções foram concretizadas e também algumas mudanças no sistema começam a acontecer. É claro que outros movimentos também são permanentes, importantes e precisamos nos somar e nos fortalecer, principalmente, para solucionarmos os problemas de adoção, que são mais acentuados ainda, para os portadores de HIV”, ressalta Aristéia.
Serviço:Encontro comemorativo na casa da família Rau
Data: domingo, 11/11/2012
Horário: 16h
Local: Residência da família Rau – Rua José Brenny, 115 – Bairro Pilarzinho – Curitiba
Contato: (41) 9186 5764/ 9235 6437

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Casal 'velho' recorre à Justiça após ter pedido de adoção negado


NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO



"Disseram que estaríamos velhos demais para cuidar de uma criança." É assim que S., 50, descreve a justificativa que ele e a mulher, M., 49, receberam quando tentaram, há três anos, entrar no cadastro de pretendentes à adoção.


Considerado "velho" na época, o casal, que não quer se identificar, recorreu e conseguiu na Justiça o direito de entrar na fila para esperar a futura filha --ele e M. querem uma menina de até dois anos.



A decisão foi tomada pela Justiça de SC este mês. Antes, o pedido havia sido negado pelo juiz da comarca local e pelo Ministério Público, apesar da decisão favorável nos testes aplicados por psicólogos e assistentes sociais. A única justificativa: a idade do casal.
Para a Promotoria, havia uma "diferença considerável" entre o casal e a criança pretendida. 

"Assim, quando esta atingir a adolescência, aqueles já estariam na terceira idade", disse o parecer.

S., que também é filho adotivo, rebate. "Nunca me passou pela cabeça que fosse tarde demais. Para mim, a idade não muda nada. Eu trabalho, tenho saúde", afirma.
O casal teve três filhos, mas eles morreram devido a uma doença genética. M. conta que tinha pensado em adotar antes, mas adiou os planos para se dedicar aos filhos até o fim.
Ela diz que a negativa os surpreendeu. "Pensei que poderia adotar com qualquer idade", conta M. "Graças a Deus, agora foi aprovado. Vou esperar o tempo que for."

PAIS DEPOIS DOS 40

Para Mery-Ann Furtado e Silva, secretária-executiva da Comissão Estadual Judiciária da Adoção de SC, o caso de S. e M. foi "atípico". Ela lembra que, hoje, a lei estabelece diferença mínima de 16 anos entre pretendente e adotado, mas não há limite máximo.

O casal catarinense tem o perfil da maioria dos interessados em adotar. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, que reúne dados sobre adoção no país, seis em cada dez pretendentes à adoção têm acima de 40 anos.

Hoje, há 28.151 interessados em adotar, número cinco vezes maior que o de crianças disponíveis (5.281).

A preferência dos pais em relação à idade das crianças é considerado o maior entrave no processo. Ao todo, 93% dos interessados, como S. e M., querem crianças com menos de cinco anos. Mas só 9% das crianças têm essa idade.

"Esse é o descompasso da fila. [A maioria] das crianças que está nos abrigos ninguém quer", diz o juiz Reinaldo Cintra, da coordenadoria de infância do TJ-SP.

Para Cintra, mais do que a vontade dos pretendentes, é preciso verificar se o pedido vai atender às necessidades da criança a ser adotada.

"O que existe é uma preocupação de que a adoção seja o mais próximo possível de uma situação natural. Se uma pessoa de idade elevada quer uma criança pequena, corre-se o risco de ter uma orfandade muito cedo", pondera.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Maurício de Sousa lança gibi com personagens soropositivos

Original em: http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?id=1298515&tit=Mauricio-de-Sousa-lanca-gibi-com-personagens-soropositivos

Por meio de Igor e Vitória, o criador da Turma da Mônica vai abordar questões como forma de contágio, o que é o vírus, como viver com crianças soropositivas e o impacto social da síndrome.


Brasília - Maurício de Sousa lançou nesta segunda-feira (17/09) seu primeiro gibi com personagens que têm o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Por meio de Igor e Vitória, o criador da Turma da Mônica vai abordar questões como forma de contágio, o que é o vírus, como viver com crianças soropositivas e o impacto social da síndrome.

A ideia dos personagens foi da ONG Amigos da Vida, que atua na prevenção e combate ao HIV/aids. Christiano Ramos, presidente da ONG, diz que o trabalho resolve um problema existente nas mídias voltadas para crianças. "O Maurício tem uma linguagem bem acessível, bem leve. Ele vem fazer um papel inédito, que é trabalhar a aids com muita leveza, tranquilidade e naturalidade para as crianças", disse.

Não é a primeira vez que o autor utiliza personagens de seus quadrinhos para levar informação e conscientizar seus leitores. Humberto, que é mudo, Dorinha, que não enxerga, e Luca, que não anda, mostraram que crianças com restrições físicas são crianças normais e devem ser tratadas como tal.

"Vamos usar a credibilidade da Turma da Mônica e nossa técnica de comunicação para espantar esse preconceito, principalmente do adulto, que muitas vezes sugerem medo à criançada. Vamos mostrar que a criança pode ter uma vida normal, com a pequena diferença de ter de tomar remédio a tal hora e, caso venha a se ferir, tem que ter alguém cuidando do ferimento. Fora isso, é uma vida normal", diz Maurício.
O autor diz que Igor e Vitória podem vir a fazer parte do elenco permanente da Turma da Mônica, não necessariamente citando o fato de eles serem soropositivos. Ele explica que o gibi é também voltado para os pais. "É uma revista única no mundo. E também é voltada para os pais. Criança não tem preconceito, são os pais que inoculam", diz.

Cláudia Renata, que é professora, levou seus filhos Maria Teresa e Lourenço para o lançamento. Ela diz que os filhos, antes de lerem o gibi, perguntaram quem eram aqueles novos amiguinhos. Para Lourenço, de 5 anos, são crianças normais. "Eles têm uma doença e têm que tomar um remédio. Só isso."
No gibi, Igor e Vitória, que aparecem ao lado dos personagens da Turma da Mônica, têm habilidades com esportes e levam uma vida saudável. A professora na história é quem explica que eles precisam tomar alguns remédios e que, no caso de se machucarem, um adulto deve ser chamado para tomar os cuidados adequados.

São 30 mil exemplares do gibi, que serão distribuídos gratuitamente nas brinquedotecas do Distrito Federal, na pediatria dos hospitais da Rede Amil (um dos patrocinadores do projeto) e nos hospitais públicos do governo do Distrito Federal.
O objetivo da ONG Amigos da Vida é que em 2012 as histórias de Igor e Vitória cheguem também a São Paulo, ao Rio de Janeiro, a Porto Alegre, a Curitiba, a Salvador e ao Recife.



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Projeto de fotografia sobre órfãos soropositivos de Curitiba é tema de exposição fotográfica em Londres


A fotógrafa curitibana Michele Zambon participou entre os dias 11 e 15 de setembro da exposição Here and There que marca o encerramento do curso de mestrado em fotojornalismo da Universidade de Westminster em Londres. A mostra aconteceu na galeria Ambika P3 localizada dentro do campus da universidade em Baker Street e reuniu trabalhos de 13 alunos que exploraram temas diversos e revelaram o simples e o extraordinário que se pode encontrar em histórias íntimas de parentes próximos ou em causas socias significativas de diferentes países como Russia, Belarus, Cyprus, Yemen, Arábia Saudita, Armenia e Brasil.

Michele apresentou 10 fotografias que fazem parte do projeto Invisible Horizon (Horizonte Invisível), um ensaio documental baseado na vida de 15 meninos e meninas que vivem, a maioria desde recém-nascidos, em um orfanato para crianças afetadas pelo HIV/AIDS em Curitiba.

Para a maioria desses garotos a infância já passou, eles são adolescentes que estão entrando na vida adulta sem nunca terem pertencido a uma família. A razão primordial pela qual eles ainda vivem em uma instituição de apoio sobre a tutela do estado é que seus processos legais não andam ou não existem dentro do sistema judiciário brasileiro e seus nomes nunca foram inclusos nos registros de adoções, tão pouco no atual Cadastro Nacional de Adoção. Essa situação mostra a precariedade de políticas sociais e a falha do poder publico em respeito a prioridade dos direitos da criança e do adolescente.

Esses jovens têm uma condição especial, não a condição de serem soro-positivos, mas a condição de serem invisíveis para a sociedade. É por este motivo que nestas fotografias eu não posso mostrar os seus rostos. Sobre eles existe um horizonte invisível que, camuflado pela desculpa de proteção, os segrega e os priva de seus direitos. Nestas fotografias, pretendo mostrar com fragmentos extraídos de seus quotidiano dentro da instituição, o quadro maior que se esconde por traz destas imagens; a face do preconceito e da injustiça.



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MONACI TEM ENCONTRO COM O EXMO. DESEMBARGADOR CORREGEDOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ


O MONACI, ao fazer um ano de seu primeiro encontro com o Corregedor-Geral do TJ/PR, teve a oportunidade de reforçar a pauta de discussão daquela oportunidade, recebendo considerações de que medidas serão tomadas em favor das crianças abrigadas.

Na tarde de ontem, 02/10/2012, o MONACI participou de reunião com o Exmo. Des. Noeval Quadros, Corregedor-Geral do TJ/PR, para reforçar a necessidade de fiscalização na tramitação dos processos de destituição do poder familiar, o que levará, como consequência, à redução do tempo dos processos para efetivamente possibiliar a inclusão da criança/adolescente no CNA (Cadastro Nacional de Adoção). Vários casos foram apontados para demonstrar a morosidade na tramitação processual no Juizado de Curitiba, o que leva aos casais pretendentes a aguardarem por vários anos a tão desejada adoção. Na oportunidade, foi entregue àquela autoridade, cópia do requerimento de pedido de informações sobre a questão da adoção/abrigamento em Curitiba, com sustentáculo na Lei de Acesso à Informação, protocolado para a Presidência do TJ/PR em 15/08/2012, sem qualquer resposta oficial até o momento.

Aguardamos com esperança, aplicando o seguinte pensamento:

ESCOLA DA PAZ

Quem espera com paciência não desespera: encontra ânimo na superação dos obstáculos, prossegue em serviço no cumprimento de seus deveres, cooperando na formação do reino de amor entre os homens.
A paciência é a escola da paz. Por ela, acalmamos os impulsos de precipação. A paciência tem a parceria do tempo e o tempo e o entendedor do homem.
A paciência suporta.
A paciência persiste.
A paciência alcança.
A paz é a tiara da consciência.
(Irmão José - Psicografia de Ivanir Severino da Silva)


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A MOROSIDADE NA TRAMITAÇÃO PROCESSUAL PELA VARA DA INFÂNCIA DE CURITIBA PREJUDICA ANDAMENTO DE ADOÇÃO TAMBÉM EM OUTRO ESTADO.


No dia 28/08/2011, cientes de que o Poder Judiciário não daria a guarda provisória das meninas que pretendiam adotar, o casal Alberto e Aristéia, mantiveram contato com a Vara da Infância e Juventude no RJ, com a Dra. Mônica Labuto. No dia 02/09/2011 foram visitar instituição indicada pela MM. Juíza e se encantaram com um casal de irmãos, Mateus (14) e Daniele (10). No dia 03/09/2011 receberam a guarda provisória para que as crianças conhecessem Curitiba e a família Rau. Retornaram ao RJ no dia 13/09/2011 e, após audiência com a Dra. Mônica Labuto, obtiveram a guarda provisória das crianças, trazendo em mãos Carta Precatória para estudo de caso e adaptação das crianças, bem como modificação do perfil do casal no Cadastro Nacional de Adoção. A Carta Precatória que deveria ser cumprida em 90 dias até hoje não chegou à Vara do RJ, IMPEDINDO que a Juíza do RJ dê a sentença final para concretizar a adoção. Todos aguardam com ansiedade a sentença de adoção, principalmente as crianças, que não querem explicar o motivo de terem dois nomes, o da certidão de nascimento obrigatório em documentos oficiais (matricular escolar, plano de saúde, boletim, frequência etc.), mas QUEREM ter o nome da família do coração.

PARA AGUENTAR TANTO DESCASO DOIS GRANDES PENSAMENTOS:


Oração da serenidade
Senhor,

Dai-nos forças
Para aceitar com serenidade
Tudo o que não possa ser mudado.

Dai-nos coragem
Para mudar o que pode
E deve ser mudado.

E Dai-nos sabedoria
Para distinguir
Uma coisa da outra.

*********************************

Pensamento de Martin Luther King

É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver

Comentário de um visitante do MONACI

"Eu estou na fila de adoção que não anda nunca em SC... Agora ainda, meu marido e eu, temos que participar de um curso de pais... eu só queria entender pq só as pessoas que adotam tem que passar por toda essa burocracia... Já é doloroso saber que não posso engravidar e ainda ter que passar por toda essa burocracia e saber que existem crianças como essas 4 meninas que precisam de um lar e tem pais com braços abertos para recebe-las me faz entender menos ainda a justiça brasileira... "

Jack Machado da Silva de Aragão

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O MONACI PRESTA SUA HOMENAGEM AO EDUCADOR E FILÓSOFO PROFESSOR NEY LOBO


Faleceu às 20h do dia 28/08/2012 o ilustre paranaense PROFESSOR NEY LOBO. Educador e filósofo lutou até o último instante para concretizar seu sonho: educar as futuras gerações. Foi um privilégio imenso compartilhar da convivência de um homem que procurou viver um ideal: EVOLUÇÃO PELA EDUCAÇÃO. Coronel do exército, formado em filosofia pela Universidade Federal do Paraná, Diretor do extinto Colégio Lins de Vasconcelos por mais de uma década, escritor, espírita, mas acima de tudo, PROFESSOR. Lutava com paixão por suas idéias, tomando a causa do MONACI como mais uma bandeira que deveria ser defendida. Deixa saudades em todos aqueles que souberam apreciar uma mente brilhante.

Até breve querido amigo!

Veja: http://promonaci.blogspot.com.br/2011/03/o-esplendor-de-um-sublime-gesto-de-amor.html

terça-feira, 28 de agosto de 2012

DOIS ANOS DE ABANDONO PELO PODER JUDICIÁRIO


Hoje completa dois anos que conhecemos as quatro meninas portadoras de HIV. O Poder Judiciário não deu sequer a guarda das crianças e da adolescente para o casal Aristéia e Alberto, supostamente para um destino melhor. Só que até hoje elas continuam abrigadas.

Há exatos dois anos conhecemos quatro meninas especiais, abrigadas praticamente desde que nasceram, portadoras de HIV. Convivemos com elas por quatro meses, mas a sonhada guarda não foi deferida pelo Poder Judiciário. Em razão delas o MONACI nasceu e luta para que elas e as milhares de crianças abrigadas em Curitiba, no Paraná e no Brasil tenham respeitado o direito de viver em sociedade no seio de uma família.
Temos conquistado muitas vitórias, mas as promessas que nos foram firmadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, pelo Desembargador responsável pela Corregedoria do Estado do Paraná, pelo Ministério Público do Estado do Paraná, não foram cumpridas.
Continuamos a exigir dos poderes constituídos, a responsabilidade no cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, principalmente no que tange ao cumprimento dos prazos processuais, impedindo que as crianças envelheçam nos abrigos.
Ontem nossa filha, cuja carta precatória não foi devolvida ao Juízo do origem para possibilitar a sua efetiva adoção, quase completando um ano sem devolução, nos emociou ao participar de evento da Unesco - mãos unidas para uma cultura de paz. Ela é o exemplo de superação, de coragem, de persistência...ficou abrigada quase sete anos, mas agora está conosco, nos dando forças de resistir, de acreditar que juntos poderemos fazer que a sociedade brasileira seja digna de seus filhos.

QUE ELAS SAIBAM QUE AINDA ESTAMOS AQUI.

"Nunca percas a alegria de viver, em razão da maldade do maus, nem permitas que algumas nuvens sombrias e teimosas dos testemunhos empanem a claridade da tua jornada de iluminação...Em uma sociedade em que todos ambicionam receber e ganhar, sê tu aquele que reparte e que educa, que orienta e que distribui amor, até mesmo nas situações mais difíceis e desafiadoras..." (Divaldo/Joanna).

Agradecemos a participação de todos. CONTINUAMOS NA LUTA!

MONACI

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A adoção no Brasil, principalmente no Paraná, não tem respeitado o direito da criança de viver em uma família


Dados sobre adoção em Curitiba estão desatualizados

Movimento Nacional de Crianças Inadotáveis utiliza-se da Lei de Acesso à Informação para questionar o Tribunal de Justiça do Paraná sobre a situação das crianças abandonadas na Capital

O Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (Monaci) considera que os números sobre adoção em Curitiba estão desatualizados. Por isso, no dia 15 de agosto o Monaci enviou ao presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), o desembargador Miguel Kfouri Neto, 11 perguntas relacionas à questão de adoção em Curitiba. O último relatório apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o Cadastro de Adoções em 2011 classificou o Paraná em segundo lugar entre os estados brasileiros com o maior número de pretendentes à adoção. Só em Curitiba havia 600 casais inscritos no cadastro de adoção para 153 crianças à espera de um lar.

            Para Aristéria Rau, presidente do Monaci, é importante a sociedade ter conhecimento de quantas crianças e adolescentes curitibanos estão registrados no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) desde sua criação, em 2008, e como é feita a avaliação dos pais que tem interesse em cuidar de determinada criança ou adolescente. “A adoção no Brasil, principalmente no Paraná, não tem respeitado o direito da criança de viver no seio de uma família, o que é um problema, pois o carinho dos pais traz grandes benefícios ao adotado”, declara Aristéia.

            Os questionamentos encaminhados ao Tribunal de Justiça do Paraná buscam, também, as justificativas para casos de adoção negados, principalmente em adoções definidas como especiais (quando a criança tem limitações de saúde, é negra ou tem mais de três anos de idade). A presidente do Monaci vivenciou esta situação. Ela teve o pedido de adoção de quatro meninas soropositivas negado pela 2ª Vara da Infância e Juventude de Curitiba. “Nós queríamos adotá-las e elas estão em um abrigo até hoje. A dor que nós sentimos é enorme mas ela fica muito menor quando nós pensamos na dor que as meninas estão sentindo porque, infelizmente, elas continuam em um abrigo sem perspectiva de futuro” desabafa. Atualmente Aristéia e o marido aguardam um esclarecimento sobre a não autorização das adoções, para que possam entrar com um recurso junto ao Conselho Nacional de Justiça.

            A presidente do Monaci defende que “a Lei de Acesso é um marco na redemocratização do Brasil e que deveria ter sido aprovada há muito”. No entanto, a lei está em vigor há apenas três meses no país, com a função de obrigar os órgãos públicos a prestarem informações sobre suas atividades a qualquer cidadão interessado. A lei garante o cumprimento do artigo 5º da Constituição Federal que declara que “todos têm direto a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral”.

O documento encaminhado ao Tribunal de Justiça do Paraná reúne as assinaturas dos presidentes do Monaci – Aristéia Rau e Alberto Rau – e de representantes de mais três instituições em defesa do menor abandonado. As demais assinaturas são dos presidentes da Associação Paranaense Alegria de Viver (Apav), Maria Ria Teixeira; do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, Paulo Pedron e da Comissão de Diretos Humanos da Câmara dos Vereadores de Curitiba, Pedro Paulo Costa.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pesquisa comprova que nova combinação de medicamentos diminui risco de mãe transmitir HIV para o bebê


Publicado em 17/08/12 às 19:14 Agência Brasil Link: http://www.bemparana.com.br/noticia/227143/pesquisa-comprova-que-nova-combinacao-de-medicamentos-diminui-risco-de-mae-transmitir-hiv-para-o-bebe

Após dez anos de pesquisa, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade da Califórnia (Ucla) –  feito na África do Sul, Argentina, nos Estados Unidos e no Brasil – aponta que a combinação de dois ou três antirretrovirais diminui o risco de mães portadoras do vírus HIV contaminarem seus bebês recém-nascidos.

O protocolo, até então adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar a chamda transmissão vertical, quando o vírus vai da mãe para o bebê durante a gestação, era iniciar o tratamento do recém-nascido com o antirretroviral AZT em até 48 horas depois do parto. Essa medida reduz o risco de contaminação da criança para 5%.

Uma das coordenadoras gerais da pesquisa, a médica infectologista Valdiléa Veloso, diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), explica que participaram do estudo mulheres que não sabiam da condição de soropositivas durante a gestação e descobriram a doença pouco antes do parto. Portanto, não foram tratadas com o AZT durante a gravidez.

“Para essas crianças cujas mães são diagnosticadas muito tardiamente, dando uma combinação de medicamentos, em parte, compensa-se o tratamento da mãe que não foi feito. Assim, se consegue proteger melhor essas crianças”, explicou Valdiléa Veloso.

A pesquisa foi feita com 1.684 crianças, separadas em três grupos. O primeiro foi tratado apenas com o AZT. O segundo grupo recebeu AZT e nevirapina. E o terceiro grupo recebeu AZT, nelfinavir e lamivudina. Em todos os casos, a primeira dose foi ministrada nas primeiras 48 horas de vida da criança e o tratamento durou seis semanas.

O resultado mostrou que 140 bebês foram contaminados antes do tratamento, sendo 97 durante a gestação e 43 no parto. Três meses depois do tratamento, 4,8% dos bebês que tomaram apenas AZT tinham sido contaminados. Entre os que receberam dois medicamentos, o índice caiu para 2,2% e, entre os que tomaram a combinação de três antirretrovirais, a taxa de contaminação ficou em 2,8%, sendo essa terapia a mais tóxica.

A pesquisadora lembra que filhos de mães soropositivas tratadas durante a gestação já apresentam menos de 1% de chance de serem contaminados. Sem o tratamento, o risco chega a 25% e sobe para 40% no caso da mãe amamentar a criança.

Valdiléa Veloso lembra que o protocolo de prevenção e tratamento da aids no Brasil existe desde 1994, mas nem sempre é seguido. “Infelizmente, nem todas fazem o pré-natal, nem todas que fazem o pré-natal fazem o teste, nem todas que fazem o teste recebem o resultado a tempo de serem medicadas, nem todas que são indicadas para o tratamento dão continuidade ao tratamento durante o pré-natal. Então, a gente vai perdendo um pouquinho em cada etapa. E o mais grave é que, infelizmente, em uma parte das mulheres, ainda, o diagnóstico é feito ali, na hora que ela chega na maternidade já em trabalho de parto”.

A pesquisa foi publicada na revista científica The New England Journal of Medicine, em junho. De acordo com a médica, os padrões de tratamento no mundo já mudaram com base nesses resultados, sendo recomendados oficialmente pela OMS e adotados nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

CAUSAS SOCIAIS FAZEM PARTE DA ROTINA DA ATRIZ LETÍCIA SABATELLA


LETÍCIA SABATELLA, EM EXCELENTE REPORTAGEM PARA A REVISTA LOLA MAGAZINE, AFIRMA QUE "...SÓ COLOCA SUA IMAGEM A SERVIÇO DO QUE CONSIDERA RELEVANTE".
O MONACI ficou sensibilizado com a beleza de artigo sobre a atriz Letícia Sabatella na Revista LOLA MAGAZINE deste mês de agosto de 2012. Letícia está rodando o país para divulgar o seu documentário HOTXUA sobre o povo indígena krahô. O papel desempenhado pela atriz para resguardar os direitos humanos, seja na proteção dos povos indígenas, contra o trabalho infantil, na defesa do meio ambiente etc. a coloca numa posição de destaque no meio artístico, intelectual e como cidadã. Não podemos esquecer da sua participação na audiência pública na AL do Paraná em maio de ano passado, quando abraçou a causa das crianças abrigadas que não tem respeitado o direito básico de entrarem na fila de adoção. Mais uma vez agradecemos à nossa querida Letícia, por sua sensibilidade e por sua capacidade de doação.   


terça-feira, 31 de julho de 2012

Adoção é tema de ensaio fotográfico documental


A fotógrafa e jornalista curitibana Michele Zambon está desenvolvendo um ensaio fotográfico documental sobre o tema adoção positiva. O ensaio faz parte do projeto de conclusão de mestrado em fotojornalismo que a jornalista está cursando na Universidade de Westminster em Londres.  Algumas das fotografias farão parte também da exposição de encerramento do curso, que reúne ensaios fotográficos de todos os alunos formandos do ano de 2012 e acontece entre os dias 10 e 20 de setembro na galeria do campus da universidade.



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Jovens que completam 18 anos deixam abrigos sem perspectiva profissional. Faltam ações para ajudar na transição para a vida adulta

Publicado em 17/07/2012 na Jornal Gazeta do Povo, veja no link original clicando aqui.

Jovens que completam 18 anos deixam abrigos sem perspectiva profissional. Faltam ações para ajudar na transição para a vida adulta.

Prestes a completar 18 anos, no mês que vem, Bruno (nome fictício) já tem algumas certezas na vida. Uma é de que nunca mais verá seus irmãos. Um foi adotado há mais de cinco anos e outros dois estão presos por tráfico de drogas. Com a destituição familiar decretada pela Justiça em 2005, a única informação que ele possui da mãe é que ela se tornou moradora de rua. “Ela não tinha mais condições de nos criar. Desde pequeno, eu a ajudava a catar material reciclável pelas ruas”, conta.

Bruno é um dos 2.187 menores de idade que vão completar a maioridade dentro de abrigos no Brasil ainda em 2012. Consequentemente, deixam de estar sob a tutela do Estado e enfrentam sozinhos a transição para a vida adulta.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

MONACI PARTICIPA DO PROGRAMA VIDA EM SINTONIA NO DIA 09/06/2012 DA RÁDIO AM 1060 DO PADRE REGINALDO MANZOTTI, COM A JORNALISTA LÚCIA ALMEIDA

Programa Vida em Sintonia - Lúcia Almeida
Rádio AM 1060 ou 
www.padrereginaldomanzotti.org.br
Sábado - dia 09 de junho
Horário - das 17h às 18h






ESTE É UM DOS EXEMPLOS DE APOIO/DENÚNCIA QUE O MONACI ESTÁ RECEBENDO DA SOCIEDADE - É PRECISO O CUMPRIMENTO INTEGRAL DO ECA.


Sou Assistente Social, com pós-graduaçao em Politicas de Atendimento a Criança e ao Adolescente pela UEPG e apaixonada pela adoção.

Nesta momento estou vendo a entrevista da Aristéia Moraes Rau, advogada e criadora do MONACI, no PROGRAMA MEDICINA E SAÚDE DO SINDICATO DOS MÉDICOS DO PARANÁ (SIMEPAR), sobre as crianças inadotáveis.

Amei a fala enfática da Aristéia  quanto ao descaso do Poder Judiciário na viabilizaçao da destituiçao do poder familiar de muitas crianças abrigadas privando-as de viver e conviver em família.
 
Constatei essa inoperancia do Poder Judiciário, quando estagiei na Vara de Infancia e Juventude de Ponta Grossa e fundamentei a monografia de graduaçao e pós-graduaçao sobre o tema Adoção, com a monografia A ADOÇÃO COMO POLÍTICA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

Trabalho com Serviço Social organizacional o que me afastou um pouco da causa da Adoção.

Resido em Joinville e gostaria imensamente de voltar a realizar trabalhos na área da Adoção.
Poderiam, por gentileza, me informar se aqui em Joinville existe algum movimento dedicado a causa da Adoção?!
 
Sonia de Oliveira

ADOÇÃO É TEMA DA PRIMEIRA SEMANA DO PROGRAMA DA JORNALISTA FÁTIMA BERNARDES.


O Monaci defende que o assunto não deve sair de pauta. Precisamos chamar a atenção de toda a população para a violação da dignidade da criança que cresce nos abrigos, sem a oportunidade de entrar na fila de adoção.


Assista a sequência de vídeos clicando nos links abaixo:

http://bit.ly/NG5iaQ

http://bit.ly/NC0iEd

http://bit.ly/Lz7wvM

http://bit.ly/LDEQlo


sexta-feira, 22 de junho de 2012

MONACI PARCIPA DO PROGRAMA MEDICINA E SAÚDE DO SINDICATO DOS MÉDICOS DO PARANÁ (SIMEPAR).

ASSISTA PARA COMPREENDER O PORQUÊ DE EXISTIR NO BRASIL CRIANÇAS INADOTÁVEIS - ADOÇÕES E SEUS ENTRAVES - DESCUMPRIMENTO DO ECA - INOPERÂNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO.  

quinta-feira, 7 de junho de 2012

MONACI CRITICA A PARTICIPAÇÃO DO PARANÁ NO 17ª ENAPA


Caros amigos:


O MONACI (www.monaci.com.br) apresenta sua indignação com a participação de várias autoridades do Judiciário Paranaense no 17º ENAPA/DF. A pergunta que não quer calar: como essas pessoas que não estão cumprindo o ECA podem se apresentar como modelos para os Grupos de Adoção? Com certeza temos exemplos positivos, mas Curitiba hoje está no ranking dos fóruns que menos adoção estão se concretizando (2010 apenas 42 adoções em CTBA, ainda que mais de 1300 crianças estejam abrigadas). Os abrigos estão superlotados. Inúmeros pretendentes à adoção estão na fila há vários anos. Por que as meninas que nos foram negadas (quatro portadoras de HIV, com 5, 10, 11 e 14 anos) não foram colocadas sequer na fila de adoção até hoje? Será que o Cadastro Nacional de Adoção, ao longo destes três anos de sua existência, não indica que esse quadro também se repete em outros Estados do Brasil? Todas as crianças abrigadas estão tendo a oportunidade de entrar no CNA? Esses encontros precisam ser a voz das crianças excluídas, dos que lutam para mudar a lentidão e má vontade que norteiam a atuação dos operadores do direito nos processos de adoção, com exceções. Que o ENAPA seja o lugar de debate dessas questões, sem vinculações políticas, muito menos do interesse de determinadas pessoas que só querem platéia.


MONACI

segunda-feira, 21 de maio de 2012

ATÉ BARATAS PRECISAM DE FAMÍLIA - "ELAS SENTEM SOLIDÃO"

Vem de uma das mais conceituadas revistas científicas, a "Insectes Sociaux", a seguinte notícia: baratas não gostam de ficar sozinhas e apresentam problemas de saúde quando se sentem abandonadas. O estudo relata que elas são sociáveis e possuem sofisticada organização de grupo - são capazes de reconhecer membros de sua família..." (Notícia da Revista ISTOÉ de 23/05/2012 - nº 2219, p. 28). É uma pena que as autoridades, responsáveis pelas crianças que se encontram em abrigos, não saibam que se os insentos são assim, o ser humano também não pode viver sem uma família. Quando cumpriremos integralmente o Estatuto da Criança e do Adolescente? Quando as crianças especiais (portadoras de HIV, negras, com mais idade, com limitações físicas etc) terão o direito de entrar na fila de adoção? Quando deixarão de envelhecer nos abrigos? Quando faremos uma campanha de esclarecimento e acolhimento familiar para a sociedade brasileira? MONACI

segunda-feira, 14 de maio de 2012

DIA DAS MÃES 2012

Tenho ouvido muitas histórias através do MONACI e conhecido pessoas maravilhosas que se abrem para o amor. Amar é a única palavra que pode definir a maternidade. Maternidade que não se caracteriza pela capacidade biológica de gerar filhos, mas, acima de tudo, de gerar idéias que transformam vidas, atos que definem valores e vivência do verdadeiro sentido de servir e renunciar a coisas, com alegria e total desprendimento. Um de meus filhos do coração me pediu para escrever uma frase que definisse a maternidade: ACREDITAR NO AMOR, ACEITAR DESAFIOS E NÃO DESISTIR NUNCA. O MONACI gostaria de abraçar a todas as mães, sejam biológicas, afetivas, mestras, conselheiras, curativas, aconchegantes...do coração. Parabéns a todas as mulheres que investem em almas e acreditam poder construir um mundo melhor. Aristéia

segunda-feira, 7 de maio de 2012

MONACI ENCONTRA MINISTRA MARIA DO ROSÁRIO NA VIII CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE



O Monaci participou na noite de 07/05/2012 da abertura da VIII Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente. Ainda que as autoridades locais afirmassem que o ECA está  sendo cumprido integralmente no Paraná, a Ministra Maria do Rosário (Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República) propugnou a união de todos os esforços para que a primazia do interesse da criança seja uma realidade, já que a Presidenta Dilma Roussef pretende lançar um plano decenal (apartidário) para que o ECA seja efetivamente cumprido. O MONACI recebeu da Ministra todo o apoio e no dia 08/05/2012 nova reunião foi agendada para melhor compreensão do quadro caótico da atuação do Poder Judiciário no que tange ao cumprimento de prazos na tramitação dos processos que envolvem crianças e adolescentes, especialmente daqueles de destituição do poder familiar e o direito a uma nova família. Como se pode considerar que o Estatuto da Criança e do Adolescente é respeitado? As quatro meninas que não foram dadas em guarda/adoção ao casal Aristéia e Alberto Rau continuam na instituição ASSOCIAÇÃO CURITIBANA DOS ÓRFÃOS DA AIDS, abrigadas desde que nasceram (com 5, 9, 11 e 14 anos). Será que completarão maior idade sem que tenham o direito de conviver normalmente em sociedade e no seio de uma família? Com tristeza, muitas das autoridades que estavam presentes ao evento, que prometeram tomar providências, nada tinham a dizer sobre o assunto, uma vez que nada fizeram de concreto para modificar a difícil situação dos que estão sob a tutela do Estado (mas que não são vistos, muito menos ouvidos).   

DEPOIMENTO DE MÃE PELO CORAÇÃO


Olá Aristéia, desejo muita felicidade a vocês todos, a adoção é um grande passo que tomamos mas que vale muito a pena.
Acho muito triste e até vergonhoso que a justiça daqui se comporte dessa forma, através de amigos sei que a adoção em outros estados, inclusive no Rio, segue rumos mais felizes. 
Tenho temor por essas pessoas que estão tendo o poder de decisão sobre a vida dessas crianças e estão sendo negligentes. Já fui voluntária em abrigos e deixei de freqüentá-los justamente por ver as crianças ficando, crescendo, sem ter a chance de ter uma família. Me revolta quando vejo na televisão o poder judiciário culpar os pretendentes que estão na fila por querem apenas bebes, sendo que quem convive com a realidade sabe que este não é o real problema.
Mas infelizmente enquanto a verba de manter essas crianças sustentar ong's e associações é isso que veremos total desinteresse em encaminhar essas crianças para a adoção.
Minha história na adoção começou desse jeito, lutando por uma criança que conheci no abrigo. Como não conseguimos adotá-la resolvemos entrar na fila. Nosso filho "nasceu" aqui, após 2 anos de espera.
Nossa filha é de Colombo, graças ao juiz, Dr. Fábio, que resolveu achar uma família para os casos que se mantinham parados. Conseguimos a guarda dela mesmo sem destituição do pátrio poder, algo impensável em Curitiba.
Temos desejo de ter outros filhos, mas sinceramente sinto um enorme desânimo de me habilitar de novo. Muitas vezes fomos tratados como se estivéssemos fazendo algo de errado na vara da infância.
Fico feliz que existam pessoas como vocês que se importaram ao ponto de gastar seu tempo, brigar, e até mesmo arriscar a chance de ter seus filhos. Pode parecer as vezes que não mudou nada, mas muda sim. Quanto mais o assunto for falado, discutido, maiores são as chances de essas crianças terem um lar.
Um grande abraço.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

QUESTÕES SOCIAIS QUE ENVOLVEM DIREITOS HUMANOS FAZEM PARTE DA PAUTA DO MONACI – PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Aristéia Moraes Rau, fundadora do Monaci, participou no último dia 14/04/2012 do 1º FÓRUM DE DIGNIDADE MÉDICA em Curitiba. Discorreu sobre as questões que envolvem os direitos humanos numa perspectiva histórica, a inserção da matéria na CF/88 (art. 1º, item III) e a importância desse princípio vetor na gestão pública e finalidade única do Estado, ou seja, como afirma Ingo Wolfgang Sarlet: "O Estado que existe em função da pessoa humana, e não o contrário, já que o ser humano constitui a finalidade precípua, e não meio da atividade estatal" (obra "Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais"). Ressaltou que a violência maior contra os profissionais da medicina é a violação da dignidade do direito à saúde, infelizmente ainda uma realidade em nosso país. Essa mesma falta de cuidado se visualiza na educação e, principalmente, com o abandono das crianças e jovens que estão sob a tutela do Estado. Todo esses problemas (saúde – dignidade do médico/paciente, educação e crianças/jovens abandonados) fazem parte de uma péssima gestão da coisa pública. Citou como exemplo, a compra de carros para os desembargadores do TJ/PR ao custo de 4,5 milhões e mais 2,2 milhões ano para pagamento de motoristas, quando o aparelhamento do Estado do Paraná em questão de entrega da tutela jurisdicional é de péssima qualidade. Das mais de 1300 crianças abrigadas no Estado do Paraná, apenas 153 estão na fila de adoção. Como justificar para a sociedade do descumprimento sistemático do Estatuto da Criança e do Adolescente?

 www.dignidademedica.org/
 

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